quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR

Administração consiste em gerência, controle e direção de empresas públicas ou privadas, tendo como objetivo maior produtividade e lucratividade. Para se chegar a isto, o administrador avalia os objetivos organizacionais e desenvolve as estratégias necessárias para alcançá-los. Este profissional. No entanto, não tem apenas esta função teórica, ele é responsável pela implantação de tudo que planejou e, portanto, vai ser aquele que define os programas e métodos de trabalho, avaliando os resultados e corrigindo os setores e procedimentos que estiverem com problemas. Como é função do administrador que a produtividade e os lucros sejam altos, ele também terá a função de fiscalizar a produção e, para isto, é necessário que fiscalize cada etapa do processo, controlando inclusive os equipamentos e materiais envolvidos na produção, para evitar desperdícios e prejuízos para a empresa. Para que tudo seja funcional, o administrador também faz um estudo do aproveitamento da mão-de-obra , atuando, inclusive, na admissão e contratação dos funcionários, estabelece as relações da empresa com contratados, tudo garantir que o conjunto de fatores seja responsável pelo sucesso da empresa. Atividades na área financeira também fazem parte da administração e, em seu cotidiano, o administrador trabalha com elaboração e análise de relatórios e tabelas, além de enfrentar muitos desafios, principalmente quando o trabalho diz respeito à reorganização e implantação de uma empresa ou ainda quando vai lançar um produto no mercado. Para o desenvolvimento de todas estas funções, é necessário que o profissional que vá trabalhar como administrador desenvolva habilidades de liderança, e que treine as formas mais claras de transmissão de idéias às outras pessoas. Para que o futuro administrador desenvolva todas estas habilidades, o curso de administração contém disciplinas relacionadas à psicologia, sociologia e direito, assim como matemática financeira e estatística, em teoria, administração não é um curso apenas teórico, ele também consiste em análise de casos e simulação de situações específicas em empresas fictícias. Atualmente, como acontece em quase todas as profissões, o conhecimento de informática é muito importante para um trabalho mais ágil e preciso. Existem várias possibilidades de atuação na carreira do administrador. A administração pode ser desenvolvida em empresas rurais ou agro-industriais, em gerenciamento na área de informática análise de sistemas, em cooperativas, onde o administrador vai precisar zelar pelos interesses de todo o grupo de cooperados, administração do sistema de informações, comércio exterior, marketing, mercadologia, orçamento e finanças, produção, recursos humanos, administração hospitalar, pública e outras possibilidades, que sempre estarão ligadas à organização de um setor ou empresa como um todo. O curso tem a duração de, no mínimo, quatro anos, a titulação é de bacharel em administração ou administrador e, para exercer a profissão, é obrigatório o registro no Conselho Regional da Administração (CRA).
FUNÇÕES E PROCESSOS
Seu objetivo principal ao desenvolver seu trabalho era o mesmo de Taylor : a eficiência organizacional, porém, partiu para uma linha de estudo completamente diferente. Sua grande contribuição é a visão abrangente da organização e a definição de seis funções básicas:
1- FunçãoTécnica – que hoje é muita conhecida como área de produção, relaciona-se com aspectos de produção de bens e serviços.
2- Função Comercial – denominada nos dias de hoje função de marketing, relaciona-se com a compra, venda e permuta dos bens produzidos e consumidos pela empresa. Notem que a função de compra está incluída nessa função.
3- Função Financeira – ainda hoje mantendo essa mesma denominação, relaciona-se com a busca e gerenciamento dos recursos financeiros utilizados pela empresa.
4- Função Segurança – que nos dias de hoje está inserida na área de Recursos Humanos, tinha por atividade assegurar os bens das empresas e as pessoas envolvidas com a empresa ( acidente de trabalho).
5- Função Contábil – hoje essa função não constitui propriamente um área dentro da empresa mas uma atividade. Como hoje, na época a função também consistia em registrar as contas efetuadas, elaborar balanço e estatísticas.
6- Função administrativa – também hoje constitui uma atividade atribuída a todas as áreas da empresa, tem o caráter de coordenação das demais áreas. Fayol considerava essa atividade de integração da cúpula das demais funções. Apesar de algumas diferenças de conceitos na visão da empresa como um todo, segundo Fayol, devemos admitir que nos dias de hoje pouca alteração houve nessa concepção . Há autores contemporâneos que ainda exploram essas idéias, ampliando-as com informações do ambiente externo, que na época eram desconhecidas. Definida a estrutura organizacional da empresa, cabia ainda conceituar a Sexta função, uma vez que ela é a mais abrangente. Segundo Fayol, a função administrativa é uma função que se reparte e se distribui com outras funções essenciais, proporcionalmente entre a cabeça e os membros do corpo social da empresa. Para a melhor entendimento do que comporia essa função, ela foi dividida no que hoje denominamos processo administrativo e que Fayol definiu como atos administrativos e dividiu-os em cinco: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.
1- Prever – definido como o ato de visualizar o futuro e traçar programas de ação, hoje é denominado planejamento.
2- Organizar- definido como o ato de compor a estrutura funcional da empresa, hoje é denominado do mesmo modo.
3- Comandar- definido como o ato de orientar e dirigir o pessoal, hoje é denominado direção.
4- Coordenar- ato de ligar, unir, harmonizar todos os esforços da empresa em torno de seu objetivo, é hoje denominado execução.
5- Controlar- definido como o ato de verificar se as ações estão ocorrendo dentro das normas estabelecidas, é hoje denominado igualmente. Com isso entendeu-se que para cada função definida anteriormente estavam inseridos os cinco atos administrativos. Apesar de cada função necessitar de várias pessoas com capacidade específica pertinente a função, tais como técnica ou financeira, essas pessoas deveriam também ser treinadas de maneira organizada para o desempenho da função administrativa. Essa prática é utilizada ainda hoje.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
No sentido de estruturar melhor os conhecimentos da administração e fazer com que sua teoria fosse mais bem entendida e aplicada, Fayol elaborou suas própria leis universais, que são os princípios de que já falamos anteriormente, num total de quatorze. Esses princípios constituem a bíblia a ser seguida por todos da empresa, numa tentativa de controlar as variáveis que poderiam influenciar o sistema, porém não eram conhecidas até então. Esses princípios guardam alguma semelhança com aqueles definidos por Taylor, o que nos leva a entender que Fayol absorveu algumas de suas idéias. São eles:
1. Divisão de trabalho – como o princípio da abordagem cientifica, consiste em segmentar a tarefa para aumentar o ritmo de produção, conduzindo a uma especialização de função.
2. Autoridade e responsabilidade – também já defendidas anteriormente como princípio de poder de mando a sanção.
3. Disciplina – decorre da aceitação do poder de mando advindo da autoridade. A obediência é o respeito às normas emanadas do poder superior dentro da hierarquia estabelecida na organização.
4. Unidade de comando – é o princípio de que cada subordinado cabe um só chefe; portanto, uma só unidade de comando e um só programa.
5. Unidade de direção – decorre do princípio anterior, como uma contrapartida de subordinação. Poderia ser absorvido em um só princípio.
6. Subordinação do interesse particular ao interesse geral – constitui o princípio de que os objetivos organizacionais são mais importantes que os objetivos pessoais, devendo este ser modificado em função do primeiro.
7. Remuneração – é a maneira pela qual se retribui os serviços prestados, devendo-se Ter sempre em mente o princípio de equidade e justiça.
8. Centralização – as diretrizes e normas que regem a organização devem emanar de um comando central de cúpula.
9. Hierarquia – é a autoridade e a responsabilidade emanadas de cima para baixo, categorizando os chefes. O caminho que define essa categorização é denominada via hierárquica, por onde passam as ordens em diferentes graus.
10. Ordem – como o conceito de organização, arrumação, é o princípio de que cada coisa deve estar em seu lugar.
11. Equidade – princípio em que está embutido o de tratamento igual para pessoas iguais. Fica clara a composição de grupos através de seus pares, donde vem o princípio de cargos iguais, tarefas iguais e remunerações iguais.
12. Estabilidade do pessoal – mesmo conceito utilizado ainda hoje, que é o da garantia de emprego.
13. Iniciativa – é a capacidade de criar situações que favoreçam a execução da tarefa, podendo sugerir modificações no método em uso. Espera-se que ocorra em todos os níveis hierárquicos. 14. União – a harmonização entre o pessoal da empresa é um princípio esperado e dá garantia de que a empresam funcionará com grande vitalidade. É o chamado espírito de equipe, em que há a idéia de cooperação e não-competição. Na composição dos princípios universais de administração existem algumas discordâncias entre Fayol e outros autores dessa mesma abordagem, porém as diferenças não são muito grandes. Outro autor importante de ser mencionado nessa abordagem é R.C. Davis que integrou o trabalho dos que antecederam Fayol e adicionou ao sistema uma teoria consistente e compreensiva da administração. Davis via a organização como uma entidade abstrata e legal, formada e dirigida por um sistema racional de regras e autoridade. A empresa justifica a sua existência e contribui para a necessidade de seus membros pela obtenção da satisfação do consumidor e conseqüente recompensa aos que conmpõem a empresa. Com isso atende ao primeiro objetivo que é a economia e ao segundo que é a eficiência. O trabalho do administrador , segundo Davis, consistia em planejar, organizar e controlar. Planejar é o esforço de descrever amplamente os termos de decisão, definição de metas, políticas, liderança de uma organização e distribuição de atividades. Assim, planejar leva-nos a organizar, desde que a alocação de função envolva a identificação e a colocação adequada das unidades administrativas. O conceito de autoridade e responsabilidade é usado para relacionar as unidades organizacionais: autoridade é o direito de comandar o trabalho atribuído; responsabilidade é a qualidade inerente a uma função. Com isso essa abordagem reconhece várias bases, tais como: produto, cliente e área geográfica. O agrupamento horizontal dos indivíduos e o número de pessoas que compõem esses grupos definem a amplitude de controle. A divisão vertical da organização cria um nível de autoridade, com sua origem no topo da estrutura. O agrupamento de funções em departamentos e o estabelecimento de objetivos para as unidades organizacionais fornecem a Davis bases para distinguir entre linha e staff. A linha é responsável pelos objetivos principais e o staff pelos objetivos secundários. Finalmente, Davis fornece um ensaio prematuro de análise da função Controle e classifica-a em controle a priori e controle a posteriori, classificando algumas atividades cujo controle ocorre antes e outras cujo controle ocorre após. Essa distinção, apesar de importante, era inconvencional na época e somente estudada mais a fundo nas teorias mais modernas e recentes sobre controle.
Davis desenvolveu uma identificação compreensiva dos princípios de administração, que por muitos anos permaneceram como padrão nesse campo do compreensiva da administração de funções e processos.
Principais Críticas
Assim como a abordagem científica, apesar de esta abordagem apresentar aspectos mais avançados e esquecidos ou não visualizados naquela abordagem, ainda assim, aos padrões de hoje, essa abordagem é passível de crítica. Ela é sobretudo bastante simplificada do ponto de vista da forma de organização. Quando observamos a forma concebida por Fayol de arrumar a casa, podemos observar a influência da racionalidade de seu pensamento e o quadro de referência influindo na concepção de seus princípios, tornando a empresa, em alguma coisa, bem certa e organizada, sem considerar as influências dos grupos sociais que a compõem. Esse fato faz com que Fayol menospreze os aspectos psico-organizacionais que permeiam qualquer inter-relação entre pessoas ou pessoas e coisas, impedindo-o de ver aspectos de conflitos grupais, surgimento de grupos informais, a não-aceitação da anulação de objetivos pessoais organizacionais, a disputa natural por poder. A não- existência desses fatos leva-nos a crer que as pessoas funcioanam como máquinas, sem sentimentos de qualquer espécie. Essa visão de empresa enquanto máquina, evidente desde a primeira concepção de empresa, leva a um radicalismo extremo de idéias e a uma abordagem mecanicista e determinística da organização. Vejamos outros destaques que contribuíram para a abordagem da organização. Mary Parker Follet Ela não foi descoberta pelos discípulos da administração até seus 50 anos e a ajuda veio por parte da interferência de seu pai, como filósofo, político e crítico social. Em 1920 publicou O Estado Novo, o que fez dela uma força eminente na política e no mundo governamental. Suas pesquisas em relações humanas contribuíram para promover o pensamento grupal. Ela precipitou uma crítíca pública para uma administração mais científica no governo. Os líderes administrativos aderiram às idéias de Follet, uma vez que trouxeram uma orientação não administrativa para os problemas das indústrias que sofreiam de uma overdose das análises frias de Taylor. Renovou os valores das coisas, tais como: profissionalismo, participação, criatividade e humanitarismo. Lyndall Urwick Teve uma carreira bem-sucedida como militar britânico, operário civil e consultor administrativo. Trabalhou muito para descobrir e popularizar as contribuições de Fayol. Foi um constante contribuidor para a disciplina da administração, concebendo-a do ponto de vista profissional e filisófico. Outra crítica que podemos fazer em relação a essa abordagem, assim como às anteriores, é a falta de trabalhos experimentais sobre os princípios que ela prega, reduzindo a confiabilidade.

Referência Bibliográfica: Kwasnicka, Lacava Eunice. Teoria Geral da Administração. 2º Edição, São Paulo: ATLAS S.A, 1989.

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